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Investir nos ativos intangíveis

Por: Amândio da Fonseca, Presidente do Grupo Egor

Egor: Set 20, 2024

Apercebi-me da importância dos ativos intangíveis numa recente releitura do “THE 100 YEAR LIFE – Living and working in an Era of Longevity” publicado em 2016, por dois professores da London Business School: Lynda Gratton e Andrew Scott”. Trabalhar até aos 100 anos continua a ser um tema provocador e a resolução dos problemas mundiais do envelhecimento constituem igualmente um assunto incómodo que os governos e as empresas preferem ignorar. Numa altura em que as novas gerações colocam na IA a esperança de não serem forçadas a prolongar a duração da vida produtiva e não passar a trabalhar mais horas que os pais e avós, é urgente validar a importância dos ativos intangíveis na construção de uma sociedade mais autónoma e das gerações da Era da Longevidade.

Num mundo em que o número de pro centenários tende a aumentar com celeridade, graças aos avanços da medicina e da crescente consciência coletiva da importância de uma vida ativa e saudável, atingir os cem anos constitui um objetivo que obrigará a planear e a gerir a carreira não apenas em função da aquisição de ativos tangíveis que proporcionem segurança financeira e estabilidade económica, mas também a valorizar a importância de uma situação de equilíbrio entre os ativos tangíveis e os ativos intangíveis, ou seja, usufruir não apenas de uma confortável reforma – mas ter também os benefícios dos investimentos em ativos intangíveis, como a saúde, a reputação, a educação, a família e uma rede de amigos que proporcionem a alegria de viver e um sentimento íntimo do dever cumprido.

Enquanto os ativos tangíveis que garantem a gestão financeira dos anos de reforma são fáceis de prever e planear, na medida em que são fatores económicos controlados “on time” ao longo da vida, raramente temos a consciência da singular importância dos ativos intangíveis que vamos construindo ao longo da vida produtiva. Cratton e Scott identificam três fases na construção de uma carreira: a fase da educação – através da qual modulamos e adquirimos os ativos intangíveis de que necessitamos para iniciar a vida produtiva, a fase do trabalho na qual, para além dos ativos intangíveis da plenitude de uma longa vida, adquirimos o direito aos ativos tangíveis da terceira fase de uma vida de trabalho: a reforma e equilibrar os benefícios dos ativos tangíveis de uma vida de trabalho com o sentimento íntimo de “gostar de si mesmo, gostar dos outros e sentir que os outros também gostam de si”.

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