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Liderar em tempos de mudança: como guiar as suas equipas na incerteza

Por: Alexandre Antunes, CEO do Grupo Egor

Egor: Out 25, 2024

Em 2024, Portugal enfrenta um contexto nacional e internacional com desafios que testam as capacidades dos líderes empresariais. O cenário é de incerteza devido à instabilidade económica e política resultante das crises globais, mas também pelos avanços tecnológicos e pelas crescentes questões sociais e ambientais. O presente exige dos líderes uma adaptação constante, redefinindo o papel da liderança para responder às exigências de um mundo em constante transformação.

A primeira grande responsabilidade de um líder em tempos de mudança é a capacidade de tomar decisões rápidas e eficazes, sem comprometer a transparência. A volatilidade dos mercados, a pressão para inovar tecnologicamente e a incerteza política exigem uma resposta ágil. No entanto, esta rapidez de decisão deve ser equilibrada com a clareza na comunicação. Manter as equipas informadas, transmitir objetivos claros e explicar as razões das escolhas feitas são essenciais para manter a confiança.

A aceleração da transformação digital é uma realidade que temos acompanhado nos últimos anos. Este fenómeno, potenciado pela pandemia e crescente digitalização dos processos, levou ao surgimento de novos modelos de trabalho, que trouxeram vantagens em termos de flexibilidade, mas também desafios para a formação da cultura empresarial, e até ao bem-estar dos colaboradores. A liderança deve ser exercida com empatia e sensibilidade, um equilíbrio que permite navegar por estes novos modelos e novas realidades laborais.

Com isto quero dizer que os líderes não devem apenas focar-se nos resultados e no desempenho, mas também no bem-estar físico e emocional das equipas, reconhecendo os sinais de desgaste e criando um ambiente de apoio, promovendo iniciativas de saúde mental e garantindo um espaço aberto ao diálogo e à partilha. Este cuidado com o bem-estar contribui para a criação de uma cultura organizacional onde as pessoas se sentem valorizadas e motivadas.

É igualmente essencial descentralizar a tomada de decisões, para que não haja uma estrutura hierárquica rígida, mas um modelo que permita uma maior autonomia às equipas. Este modelo de liderança distribuída, em que as responsabilidades são partilhadas por diferentes níveis e setores da empresa, promove a inovação, aumenta o compromisso dos colaboradores e torna a organização mais ágil na resposta às mudanças. Neste processo, os líderes devem encorajar os colaboradores a experimentarem novas abordagens e a arriscarem. O medo de falhar não deve paralisar a equipa, mas deve ser encarado como uma oportunidade de aprendizagem.

Outro aspeto fundamental para o sucesso da liderança é a capacidade de fomentar um sentido de propósito entre os colaboradores. Num mundo em que as questões sociais e ambientais são cada vez mais relevantes, as empresas são chamadas a repensar o seu papel na sociedade. Os stakeholders exigem das organizações uma postura ética e sustentável.

Uma liderança eficaz não se baseia, por isso, apenas em resultados, mas na forma como estes são alcançados, ou seja, se de forma ética, sustentável e com respeito pelos valores humanos. A capacidade de um líder inspirar as equipas a alcançar objetivos comuns passa por um equilíbrio entre o pragmatismo nas decisões e o cuidado com as pessoas. A confiança nas equipas constrói-se pela competência técnica e pela demonstração de empatia e compromisso com o bem-estar de todos.

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