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Para bom entendedor…

Por: Amândio da Fonseca, Fundador e Presidente da Egor

Egor: Nov 22, 2024

Os resultados do Survey de Condições de Vida e Rendimentos, publicados pelo INE em 2023, registaram que, em 2022, não só 17% dos portugueses estavam em risco de pobreza e exclusão social, mas que esse número refletia um aumento de 0,6% em relação a 2021.

O meio milhão de habitantes em risco de pobreza incluía uma população heterogénea de pessoas, jovens e idosas, com baixos níveis de escolaridade, trabalhadores em tempo parcial, pessoas em regime de autoemprego, trabalhadores temporários e outros cuja remuneração líquida mensal era inferior a seiscentos euros.

Para estes portugueses ser pobre significa estarem privados de aceder, sem restrições, aos direitos básicos de participar na vida social, económica, cultural e política das suas comunidades, ter acesso limitado a instituições legais e políticas e não terem recursos suficientes para investir na valorização das suas atividades educativas ou económicas.

Os elevados níveis de pobreza da sociedade portuguesa têm sido, nas últimas décadas, reconhecidos não só como um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento económico, mas também um preocupante indicador de conflitualidade social com consequências cada vez mais graves à medida que os sucessivos planos de erradicação da pobreza continuam a falhar. Os tumultos de outubro demonstram, da pior maneira, que para além de uma maioria silenciosa e ordeira de trabalhadores que saem de madrugada dos bairros sociais para trabalhar, existe uma faixa, esquecida, de jovens que reivindicam direitos e oportunidades mínimas a que muitos, como portugueses, têm direito.

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