Novembro, 2015
No momento em que o Mourinho se atreveu a clamar “I ‘m the special one” deu voz, não apenas a uma aspiração, presa na garganta de muita gente, mas pode ter constituído, na psicologia das organizações, a data simbólica de um novo entendimento das teorias das motivações.
Numa sociedades na qual o “cérebro masculino” continua a ter um papel dominante, o conhecimento está maioritariamente organizado em números, fatos e conclusões lógicas. Não é portanto de estranhar que, mau grado a popularidade e a curiosidade despertada pela “descoberta” da Inteligência Emocional e dos esforços para a humanização do trabalho, as organizações continuem a não atribuir às emoções a importância que merecem.
As empresas reconhecem que são as emoções que determinam o comprometimento dos colaboradores nos objetivos da organização mas tem dificuldade em compreender como passar das intenções aos atos e valorizar devidamente a importância das emoções motivadoras.
As emoções motivadoras tem origem em crenças e comportamentos universais a que as teorias clássicas da motivação tem dificuldade em responder.
Num mundo dominado pelas redes sociais e pelo culto da individualidade, no qual a comunicação constitui a linfa que alimenta o culto do sucesso, as necessidades de afirmação pessoal, as exigências de bem-estar ou a apologia dos valores ambientais tornaram-se direitos naturais, no trabalho como no consumo, a que as organizações ainda tem dificuldade em responder.
Amândio da Fonseca
CEO do grupo EGOR
*Fonte: Expresso Emprego (28/11/2015)