Abril, 2018
São raras as organizações que não reconhecem que o empenho e identificação dos trabalhadores com a cultura e os objetivos das empresas onde trabalham, é um fator determinante para o sucesso dos negócios.
A importância do “engagement” é transversal a todas as culturas, na medida em que a predisposição dos colaboradores para se identificarem com a missão e os valores das organizações, depende das respostas obtidas a necessidades humanas como o relacionamento interpessoal, oportunidade de desenvolvimento e propósitos de carreira.
A Gallup, uma empresa de consultoria norte americana que, há mais de oitenta anos, desenvolve soluções para melhorar o desempenho das empresas e dos países nas relações laborais, publica regularmente, os resultados de uma pesquisa efetuada em 155 países, com o objetivo de medir o “engagement dos trabalhadores”. A edição de 2017 do State of the Global Workplace reflete a forma como organizações e países estão a gerir o capital humano.
Os resultados permitem concluir que, em todo o mundo, apenas cerca de 15% dos trabalhadores se manifestam, ativa e psicologicamente motivados para alcançar níveis de alto rendimento. Cerca de 67% não se sentem envolvidos e limitam-se a cumprir horários. Os restantes 18% estão ativamente alheados e descontentes com o trabalho que fazem e sentem que as suas expectativas não são levadas em conta.
Os responsáveis pela pesquisa, também comprovaram que as organizações que mais investem no “fit motivacional” dos empregados, obtêm o dobro dos resultados nas métricas financeiras, retenção do talento, segurança e redução do absentismo.
Apesar da Europa Ocidental ser uma das regiões, social e economicamente mais desenvolvidas do mundo, as sequelas da crise nos países do sul, terão criado um conjunto de dificuldades políticas e financeiras, taxas de desemprego e quebras de rendimentos que, segundo a Gallup, explicam a baixa média de desenvolvimento dos trabalhadores europeus em relação à média mundial. Embora 70% dos portugueses estejam desmotivados e 14% ativamente descontentes, 16% estão satisfeitos. Portugal surge assim, num surpreendente 5º lugar no ranking de “engagement” europeu, logo após a Noruega (17%) e a par da Dinamarca, Islândia e Malta. Em Espanha, França e Itália, só 5 a 6% dos colaboradores vestem a “camisola”.
Amândio da Fonseca
Fundador e CEO da EGOR