"Sempre encontrei pessoas extraordinárias"

Entrevista a Isabel Meireles, Diretora Executiva Recrutamento e Seleção Norte do Grupo Egor, para a Revista Human.

«Sempre encontrei pessoas extraordinárias»

A responsável do Grupo Egor para a área de recrutamento e seleção do norte do país, Isabel Meireles, não partilha da ideia de que haja escassez de talento. O que assinala ser uma evidência é o défice de mão-de-obra especializada. E acrescenta "Há mais de 30 anos que trabalho em recrutamento, e ao longo deste caminho sempre encontrei pessoas extraordinárias".

O tema da escassez de talento é mesmo uma realidade com que se confrontam as empresas no recrutamento?

Há mais de 30 anos que trabalho em recrutamento e não partilho da ideia de que há escassez de talento. Ao longo deste caminho sempre encontrei pessoas extraordinárias. Hoje, mais do que nunca encontramos pessoas criativas, com gosto pela aprendizagem, focadas no seu desenvolvimento e na resolução dos desafios que lhes são propostos, em suma pessoas talentosas.

Qual é então a questão no que diz respeito ao recrutamento de talento?

O que é uma evidência é o défice de mão de obra especializada, faltam profissionais qualificados e mesmo não qualificados. Este cenário é resultado do bom momento que a economia em Portugal está a viver e do investimento das empresas ao criarem postos de trabalho, com a consequente redução significativa da taxa de desemprego, mas também da saída de muitos profissionais para mercados internacionais na procura de melhores condições de trabalho e de retribuição, do envelhecimento da nossa população e do mindset das novas gerações mais exigentes, mais orientadas para a mudança e para um lifestyle em que o equilíbrio entre os projetos pessoais e profissionais tem maior relevância.

Que setores destaca como os de maior dificuldade em recrutar e em reter?

Atualmente falta mão-de-obra em praticamente todos os setores e um pouco por todo o país, o que se torna um obstáculo importante ao crescimento do investimento e da produtividade, mas faltam, sobretudo, profissionais qualificados.

Em Portugal, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável identificou as 12 profissões onde existem mais falta de pessoas no nosso país, dividas por cinco áreas: engenharia tecnológica; comercial, marketing e comunicação de informação; ciências económicas; operações e logística, e automação. No ramo da engenharia tecnológica, são três as profissões em falta: técnicos de redes, programadores e analistas de sistemas. Nos domínios do comercial, marketing e comunicação existem duas profissões: técnicos de gestão de relacionamento com o cliente (CRM) e e-commerce. Nas ciências económicas destacam-se duas profissões: gestores de risco e controllers de gestão. No âmbito das operações e logística também são duas as profissões: técnicos de operação logística e responsáveis de entreposto logístico. Por fim na área da automação faltam profissionais em três setores: técnicos de robótica, programadores de máquinas robotizadas (CNC) e programadores de automação.

Como avalia a vossa experiência de recrutamento na primeira metade do ano e como perspetiva o futuro mais próximo?

Tem sido um desafio muito grande porque a realidade do mercado de trabalho de hoje é completamente distinta daquela que se verificava há 1 ano atrás. A escassez e a passividade dos profissionais na procura de oportunidades de carreira tem vindo a produzir uma alteração profunda na forma como nos relacionamos com os candidatos. O que era um serviço B2B passou, claramente, a ser um serviço B2C2B. O candidato passou a ser tratado como cliente e há uma clara transferência do poder de decisão dos empregadores para os candidatos. A utilização intensiva das redes sociais e a mediação de plataformas especializadas como o Linkedin provocaram a aceleração do timing dos processos e determinaram mudanças significativas nas relações profissionais com clientes e candidatos. Promover pesquisas inteligentes nas bases de dados, utilizar eficientemente as ferramentas do Linkedin Recruiter e realizar abordagens criativas, diferenciadoras e sedutoras são competências da equipa de recrutadores da EGOR.

Como olha para o papel da EGOR no recrutamento?

Ao longo destes mais de 30 anos de presença no mercado nacional, a EGOR  soube construiu e manter uma marca forte na área do Recrutamento e Seleção, sustentada em valores de credibilidade e de respeito pelas Pessoas. O futuro será seguramente muito estimulantes ao nível da inovação tecnológica, da automatização de atividades e processos, das análises inteligentes de dados, mas também desafiante pela transformação que está a acontecer e pela  tendência crescente para encarar o nosso serviço como uma commodity.  Vamos continuar a assumir o nosso papel de Challenger neste mercado  para continuarmos a ser reconhecidos enquanto empresa e principal parceiro no recrutamento especializado.

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