Dezembro de 2022
Paulo Magro da Luz, CEO do Grupo EGOR | Artigo Expresso
Embora muito real, tornou-se quase um lugar-comum relembrar a volatilidade recorrente dos mercados, a necessidade de adaptação, as pressões de transformação social em curso e a forma como afetam as empresas e as formas de trabalhar e as transformações induzidas ou potenciadas pelas capacidades crescentes que a tecnologia nos disponibiliza todos os dias. Como gestores, estamos constantemente pressionados para criar respostas para estes desafios transversais, além dos desafios específicos de cada sector/empresa em particular. A forma como cada empresa gere as suas pessoas sempre foi, na realidade, um fator diferenciador fundamental. Essa diferenciação adquiriu formas diferentes consoante o contexto socioeconómico da época, mas sempre existiu. No entanto, com os efeitos compostos das tendências acima referidas, o desafio é hoje bastante mais dinâmico e complexo. As possibilidades criadas pela tecnologia vêm, em particular, trazer novos desafios e novas respostas a vários níveis, criando o conceito, atualmente generalizado, de transformação digital. E a transformação digital das empresas, em si mesma, cria desafios muito relevantes à função de gestão de recursos humanos, requerendo processos de transformação digital da própria função e a necessidade de suportar efetivamente as transformações mais alargadas da empresa. Tema vasto, exige a complementaridade efetiva entre várias capacidades de gestão, uma muito maior sintonia dos boards e um seguimento estruturado para ter sucesso. Começa por colocar, portanto, um novo nível de exigência aos modelos de governance das empresas. Além disso, e sendo impossível esgotá-lo neste texto, aponto alguns tópicos que me parecem críticos para este sucesso, como sejam: o alinhamento constante entre as mudanças operativas induzidas pela transformação digital e o que isto implica na gestão dos meios humanos afetos a essa mesma transformação, a adequação dos modelos de gestão e acompanhamento ("o que medimos" e "como medimos"), a renovação das competências existentes em função das novas realidades, a agilidade de resposta dos processos de RH na empresa potenciada pela tecnologia ou os crescentemente complexos requisitos relacionados com os dados e a informação gerida. O desafio central? Para o sumarizar, recupero um lema do (excelente) líder de uma empresa onde trabalhei: "Strategy without execution is just allucination and if you dont execute well, the market executes you."
Paulo Magro da Luz
CEO do Grupo EGOR
