Vivemos uma situação atípica no mercado de trabalho português: há mais de 10 anos que não se verifica tal cenário de escassez de talento.
Existe de facto um foco em recrutar, mas também em reter. Este é o maior e será o principal desafio das empresas portuguesas. Resta saber como encontrar soluções quando 78% dos candidatos são passivos, ou seja, não procuram ou não estão interessados numa nova oportunidade. Assim, urge analisar alternativas num mercado altamente competitivo, sendo a diversidade uma aposta que tem vindo a fazer-se sentir.
A diversidade enriquece qualquer equipa. Pelo facto de cada um de nós ter uma «cor» diferente e, assim, um perfil personalístico e comportamental igualmente diferente na abordagem aos desafios. Segundo Thomas Erikson em «Surrounded by Idiots», 80% das pessoas são «pintadas com mais de uma cor» e a integração da diversidade é dinamizadora de qualquer equipa e negócio. Teremos de entender que cada pessoa tem igualmente competências diferentes, não melhores ou piores, mas que podem ser potencializadas e criar assim sinergias positivas. Ser capaz de criar e promover com sucesso uma cultura de diversidade no local de trabalho requer energia, mas também permite que as organizações aproveitem uma maior amplitude de opiniões e planos criativos de resposta.
As empresas mais inclusivas poderão adquirir e beneficiar uma maior produtividade decorrente da diversidade, com consequências positivas para a organização, na resolução de problemas e com a promoção de ideias inovadoras e criativas.
Em adição, as empresas que se apresentam mais inclusivas são também percecionadas pelos candidatos como mais interessantes para desenvolvimento de competências e crescimento profissional e de igual forma mais atrativas.
Relativamente às questões de diversidade, se no passado as organizações tinham como requisitos a idade, o género, o país de origem, entre outras, estas premissas estão cada vez mais em desuso. Muitas empresas, principalmente multinacionais, incluíram nos seus processos de recrutamento quotas para equilibrar as equipas, de forma a garantir a heterogeneidade. Em exemplo os projetos de recrutamento para empresas tecnológicas, sendo que quase 90% do ‘headcount’ deste sector é maioritariamente estrangeiro ou desempenha funções em ‘nearshore’. O futuro é cada vez mais inclusivo, sem barreiras linguísticas, género ou cor de bandeira.